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Imagina receber no consultório um paciente com queixas de tontura e síncope infrequentes, porém com repercussões importantes.

Paciente faz exames solicitados rotineiramente, como eletrocardiograma, ecocardiograma, Holter, as vezes até com monitorização mais prolongada, como Holter de 7 dias, e nenhum desses exames demonstra alterações que justifiquem a queixa.

Pela história clínica, a suspeição para arritmia é alta. Nesses casos mais nebulosos, o LOOPER, ou monitor de eventos implantável pode ajudar.

Esse dispositivo funciona como um Holter prolongado, podendo permanecer por até 4 anos (dependendo do fabricante), independente da ação do paciente. Possui baixo risco de complicações no procedimento (é implantado com anestesia local na região subcutânea do hemitórax esquerdo), com fácil avaliação para identificação de eventos (similar aos marca-passos) e uma ótima ferramenta para casos mais nebulosos e de difícil diagnóstico.

Devido sua possibilidade de tempo de permanência prolongada para diagnóstico de bradi ou taquiarritmias, hoje está bem estabelecido como recuso para investigação de AVC criptogênico, podendo determinar mudança de conduta em relação à terapêutica utilizada.

Em 2021, após longo período de tentativas, o implante do LOOPER foi incluído no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS) para AVC criptogênico ou ataque isquêmico transitório de causa indeterminada com suspeita de fibrilação atrial.

Diante de tais informações, vale a pena lembrar este recurso disponível em nosso meio, capaz de influenciar em condutas médicas e melhorar significativamente a qualidade de vida dos nossos pacientes.